sábado, 26 de janeiro de 2013

Rios Opostos

Enquanto forçava um sorriso
a custa de uma lágrima
lembrei-me de uma criança,
ela sonhava tão alto
que seus pés até
se descolavam do chão,
eu reparava seus olhos
ardendo enquanto sonhava,
suas mãos eram puro gestos
que mostravam
o que só ela podia entender,
mas talvez essa compreensão
tenha sido o seu limite,
ela lidou com perdas irreparáveis
e promessas pérfidas
que se desgastaram com o tempo,
no entanto mantinha o mesmo ardor nos olhos,
pois seu destino era ganhar lutando
e não perder a si mesma
em decepções passageiras
que apagam o brilho da alma,
ela era muito suave
mesmo quando tinha que ser forte,
não podia desmoronar diante de seus sonhos,
esperar, era algo que fazia muito bem...
naquele momento ouvi algo que me calou fundo...
sem perder a inocência
ela jurou que seria grande, forte e audaz,
fiquei inerte vendo minha insignificância
passar diante de meus olhos
como palavras vazias
que me fizeram pensar sobre nenhuma justificativa,
que o compromisso e a perseverança são para poucos.



Kamo

Nenhum comentário:

Postar um comentário