sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Na Irreflexão do Apego

E por mais uma noite
ela pernoita em outras esquinas
em busca do vício
que tanto lhe agrada,
varre as noites
junto com sua dignidade
e debaixo de um travesseiro surrado
de um quarto qualquer,
esconde o rosto
lavado me lágrimas
borrado de vergonha e medo,
mas em prece ela admite
seu destino sempre foi
uma faca cravada no peito,
enaltecia que morrer jovem
não era para os fracos
e sim para os excelentes
ela se encarou por várias horas,
mas não encontrou o defeito
a que todos se referiam,
por fim, de olhos fechados
pôde constatar o óbvio
além de ter matado seu coração
sua alma já havia partido
e só lhe restara seu corpo sujo
lavado em amores servidos nas esquinas,
então em último ensejo
ela se pegou em devaneios
procurando pela melhor versão de si
naqueles lugares pérfidos
por onde andou a vida inteira.


Kamo

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