Durante muito tempo
venho tentando apagar o passado,
entender as pessoas
tive que exilar minha alma,
vender meus ossos
tive que romper acordos
partir destinos
encontrar uma cura,
talvez uma resposta, um equilíbrio
um olhar além de um horizonte deformado,
cinzas em um céu tão cândido
e também tao sórdido.
Fiz minha escolha, encontrei meu erro
aprendi, chorei, gritei
vi a morte matar, vi a morte morrer,
perdi a fé, perdi amigos,
provei do mais doce ao mais amargo
de todos os sentimentos,
devorei a vida e agora o que sobrou?
Milhares de jeitos, milhares de cores
as estradas, as milhares de almas desafortunadas,
os anjos, a sorte a minha merce
enquanto o azar me espera,
a loucura da juventude,
os milênios que se passaram em exatos 10 anos
e os milênios que passarão daqui pra frente,
evolução é mudar e mudar é querer,
ser humano sentir dor, carregar a culpa
não é isso que dizem?
Sermos responsaveis enquanto
eles partilham o prêmio, enquanto
somos deixados pra trás,
ou mesmo quando estamos muito a frente,
quando a sua humanidade falta
e é difícil até pra respirar,
você tenta correr, tenta lutar,
mas só se contenta em sangrar,
afugenta a liberdade, pressiona o coração
até ele emanar a última gota de esperança
tudo por uma causa menor, mais usual
e com isso você utilizou seu último suspiro mortal,
olha que no fim nem doeu tanto
quanto parecia nos ensaios,
porque situaçoes como essas não precisam de coragem,
mas sim de prática, não é mesmo?
O que é uma derrota, quando a vitoria é só um mero troféu?
Como explicar nossos exageros,
nossos pensamentos a flor da pele?
Nossas dúvidas são como facas e ferem mais
do que nossos corações displicentes
ou nossa amarga memória
e é sempre tudo ou nada,
e o meio-termo se faz necessário para ponderar as coisas,
torná-las mais fáceis, mais calmas,
já faz tempo que o discernimento é só uma lembrança
e você só uma culpa que eu carrego nos ombros,
um egoísmo demasiado que vestiu a morte
e agora é só um fantasma.
Kamo
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